Confronto entre crentes da Igreja de Kalupeteka e polícia termina com mortes e feridos

Mesmo com líder religioso na cadeia, parece que o confronto entre crentes e agentes da Polícia não tem fim.
Duas pessoas morreram e uma outra ficou ferida, domingo, no município do Bailundo, província do Huambo, durante uma arruaça protagonizada por fiéis da seita "A Luz do Mundo".


 

Segundo um comunicado do Comando da Polícia Nacional no Huambo, o acto ocorreu na aldeia de Uchia, comuna do Lunge, quando agentes da corporação tentavam cumprir um mandado de detenção de alguns indivíduos desta seita.

Conforme a nota, um dos indivíduos era o seu actual líder, Isaac José Fernando, acusado dos crimes de ameaça e intimidação da população, incitação à violência e apropriação indevida de campos de cultivo.

De acordo com a versão policial, o Ministério Público já havia emitido vários mandados de captura e ordenado a comparência dos mesmos, sem sucesso.

Na sequência, ordenou a detenção dos referidos indivíduos, encabeçados por Isaac José Fernando, que "resistiu a acção das forças da ordem pública, com o emprego de objectos contundentes".

Este acto, segundo ainda a versão da Polícia, resultou na morte de dois indivíduos e no ferimento de outro, entre os elementos da seita. 

Até ao momento, ainda não foi possível ouvir a versão dos acusados, particularmente do seu novo líder, sobre o caso.

Esta é a segunda vez, num espaço de 8 anos, que membros da seita se envolvem em actos de desobediência civil, que resultam em morte. 

A 16 de Abril de 2015, no monte Sumi, municipio da Caála, província do Huambo, assassinaram nove agentes da Polícia Nacional e o delegado do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado naquela circunscrição.



Na altura, foram vítimas, o comandante da Polícia Nacional na Caála, superintendente-chefe Evaristo Catombela, o chefe das operações da Polícia de Intervenção Rápida, intendente Luhengue Joaquim José, e o instrutor,  sub-inspector Abel do Carmo.

Vitimaram ainda o 1.º sub-chefe João Nunes, os agentes Luís Sambo, Castro Hossi, Manuel Lopes e Afonso António, assim como o delegado do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado no município da Caála, Constantino Namêle. 

Como resultado, o Tribunal Provincial do Huambo condenou, em 2016, o líder desta seita religiosa, José Julino Kalupeteka, na pena de 28 anos prisão efectiva, reduzida pelo Tribunal Supremo para 23 anos.

Face à nova ocorrência, a Polícia Nacional apela à calma da população da província  do Huambo e do município do Bailundo, em particular, bem como do respeito à autoridade policial.

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